Alerta ligado para o Botafogo
O rebaixamento do Lyon à segunda divisão do Campeonato Francês acendeu um sinal de alerta imediato no Botafogo. Segundo o ge, a queda do clube francês, que também pertence à Eagle Football de John Textor, pode obrigar o Alvinegro a acelerar a venda de jogadores para compensar o rombo financeiro da holding. O Lyon foi rebaixado por decisão da Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) por conta da má situação financeira, e já anunciou que irá recorrer.
A Eagle opera sob o modelo de “caixa único”, no qual os recursos obtidos por qualquer clube da rede ficam à disposição de todos os outros. Ou seja, o prejuízo de um impacta diretamente os demais. O próprio Textor afirmou no fim de 2024 que o Botafogo “teria que reabastecer” os cofres do Lyon e que a venda de atletas de outros clubes da rede era uma das estratégias para evitar a queda administrativa do time francês.
Perda de receita e de atrativo para os jogadores
A situação se torna ainda mais delicada porque, com o rebaixamento, o Lyon perde receitas importantes da primeira divisão francesa, como direitos de transmissão, premiações e cotas comerciais. Sem o aporte vindo da França, aumenta a responsabilidade financeira sobre os clubes mais valorizados da holding, caso do Botafogo, que vive grande fase após as conquistas da Libertadores e do Campeonato Brasileiro em 2024.
Esse novo cenário prejudica uma estratégia-chave de Textor: a promessa de vitrine europeia via Lyon. Atletas como Thiago Almada, contratado em 2024, tinham em contrato a garantia de transferência para o Lyon meses depois. Luiz Henrique também foi convencido por essa perspectiva antes de ser vendido ao Zenit. Agora, com o clube francês fora da elite, essa ponte para o futebol europeu perde atratividade.
Mesmo em casos sem cláusulas contratuais específicas, o Lyon era peça fundamental no convencimento de jogadores a assinarem com o Botafogo. Textor explicava que oferecia ao atleta um caminho claro para a Europa, respeitando o tempo de cada um: “O que fazemos na Eagle é trazer jogadores, pedir a eles que vençam campeonatos e então honramos o caminho deles. Nenhuma rede multi-clubes faz isso, um dono que deixa a decisão para o jogador. A decisão é dele. É o que fazemos aqui.”

Jefferson Savarino, camisa 10 do Botafogo, controla a bola enquanto Giuliano Simeone, camisa 22 do Atlético de Madrid, pressiona durante a partida do Grupo B da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025 entre o Club Atlético de Madrid e o Botafogo da França no Estádio Rose Bowl, em 23 de junho de 2025, em Pasadena, Califórnia. (Foto de Stu Forster/Getty Images)
A perda de protagonismo do Lyon enfraquece também o projeto da Eagle Football como uma rede com mobilidade internacional. Textor já havia dado sinais de contenção ao vender sua parte no Crystal Palace, anunciada recentemente. Agora, a permanência do Lyon na segunda divisão francesa pode abalar ainda mais a imagem do grupo, e colocar sobre o Botafogo o peso de manter a estrutura financeiramente sustentável.
Momentos distintos dentro e fora de campo

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Enquanto isso, o Glorioso segue firme dentro de campo. Classificado às oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, onde enfrentará o Bayern de Munique, o clube carioca vive seu melhor momento técnico em décadas. Mas fora das quatro linhas, a crise do Lyon impõe uma nova realidade: o Botafogo, como ativo mais valioso da holding, poderá ser pressionado a negociar jogadores para manter o caixa da Eagle Football equilibrado.